sábado, 3 de março de 2018

Venezuelanos fazem manifestação por ações do Governo Federal em Roraima

Com cartazes, imigrantes pedem 'socorro' e cobram medidas anunciadas pelo presidente Michel Temer (MDB). (Foto: Alan Chaves/G1 RR)
Dezenas de venezuelanos que moram na praça Simón Bolívar, na zona Sul de Boa Vista, protestam na manhã desta sexta-feira (2) para cobrar o cumprimento das ações anunciadas pelo Governo Federal no mês passado referentes à assistência aos imigrantes.

No último dia 15 de fevereiro, o presidente Michel Temer (MDB) assinou um decreto que reconheceu a situação de "vulnerabilidade" no estado. Além disso, uma medida provisória que prevê ações de assistência emergenciais também foi assinada. (Veja abaixo as áreas atendidas na MP )

O G1 procurou a Casa Civil para se pronunciar sobre a manifestação. Questionada sobre o prazo para implementação das medidas, a pasta se limitou a dizer que não comentaria o caso.

De acordo com dados da prefeitura de Boa Vista, mais de 40 mil venezuelanos vivem atualmente na cidade, o que representa mais de 10% dos 330 mil habitantes da capital de Roraima, que enfrenta dificuldades para lidar com a imigração desenfreada.

Entre 1º de janeiro a 15 de fevereiro deste ano, o número de solicitações de permissão para entrar no Brasil por Roraima chegou a mais de 18 mil pedidos.

Com cartaz "S.O.S decreto 821", o venezuelano Angel Sandoval, de 40 anos, era um dos manifestantes na praça. Além de cobrar as medidas assistenciais, ele pediu mais rapidez no recebimento e análise dos pedidos de refúgio feitos na Polícia Federal.

"A razão do protesto é fazer um chamado ao Governo Federal para que dê prosseguimento ao decreto emergencial, à medida provisória 821 e que agilize a nossa documentação, porque ela é fundamental para que a gente consiga trabalho", disse Angel.

Segundo ele, um levantantamento feito pelos próprios venezuelanos listou o número de imigrantes que vivem na Praça Simón Bolívar. São cerca de 1.085 pessoas morando no local e sobrevivem, sobretudo, de doações feitas por brasileiros.

"Alguns trabalham, mas são poucos. Aqui conheço amigos que estão sem conseguir uma mísera diária há mais de um mês", explicou Angel.


Wilfredo (à direita) e Angel (à esquerda) dizem que documentação é fundamental para conseguir emprego no Brasil. (Foto: Alan Chaves/G1 RR)Wilfredo (à direita) e Angel (à esquerda) dizem que documentação é fundamental para conseguir emprego no Brasil. (Foto: Alan Chaves/G1 RR)
Wilfredo (à direita) e Angel (à esquerda) dizem que documentação é fundamental para conseguir emprego no Brasil. (Foto: Alan Chaves/G1 RR)

Wilfredo Sanchez, de 54 anos, disse que aguarda pela interiorização dos imigrantes para outros estados do Brasil para buscar emprego, mas teme pela demora em conseguir a documentação necessária, como identidade e pedido de refúgio.

"Queremos que o governo agilize os documentos e nos dê a oportunidade de ir a outros estados onde tenha trabalho", comentou Wilfredo.

A transferência dos imigrantes é uma das medidas anunciadas pelo Governo Federal e os dois primeiros destinos dos venezuelanos são os estados de São Paulo, com 350 imigrantes, e o Amazonas, com 180.

Áreas atendidas com a medida provisória
De acordo com o governo, as medidas emergenciais previstas na MP vão abranger, entre outras, as áreas de:

proteção social;
saúde;
educação;
direitos humanos;
proteção de mulheres, crianças, idosos e pessoas com deficiência;
alimentação;
segurança pública.

G1 Roraima
www.miguelimigrante.blogspot.com

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