sexta-feira, 2 de março de 2018

Plenária Pública e Nacional do Fórum Social Mundial das Migrações 2018 Realizada na Câmara Municipal de São Paulo



Entidades e lideranças de  imigrantes e refugiadas que vivem em Brasil participaram deste histórico acontecimento na Câmara Municipal de São Paulo no dia 28 de Fevereiro – marcando uma metodologia na qual os imigrantes são os protagonistas de um “processo” de construção do FSMM (mais que evento), que ocorrerá no México, de 2 a 4 de novembro/18.

A mesa, com oito pessoas, na maioria mulheres, foi mediada por Miguel Ahumada.
O marroquino, Tomás, coordenou a pauta – falando simultaneamente mensagens em 5 línguas: português, espanhol, francês, árabe e inglês.

Foram passados dois áudios, um do Comitê Bolívia, desde Cochabamba e outro do Pepe Vargas, do México de Miredes Internacional   que trabalhou por cerca de 30 anos na defesa dos direitos dos imigrantes nos EUA. Estão com a responsabilidade local  da Secretaria Técnica do Fórum.

A  Plenária de São Paulo, Várias entidades estavam presentes: África do Coração, Missão Paz, SPM, Rede Comitê Brasil, Viração, Si yo Puedo, Miredes Internacional, entre outros.
Nas falas das lideranças, destacou-se: o direito de ir e vir, o protagonismo dos migrantes, a não vitimização do migrante, o seu protagonismo e autonomia dos migrantes, as causas da migração, o trabalho em rede e comunicação.

Neste processo queremos ser propositivos e ter voz e vez diz Miguel Ahumada na abertura. Migração é um direito de todos. Lutamos contra a xenofobia e o preconceito para construir uma nova identidade no Brasil sem se isolar palavras de Jean Katumba . não queremos nos vitimizar, mas construir o nosso espaço – uma nova forma de ver e pensar o mundo.
Refugiado não é só estar fugindo – é renúncia, esperança, medo, saudade. Acessar a memória e ver sonhos desfeitos, mas sem se conformar na dor, para sobreviver. Pensamos nas pessoas que deixamos. Lutamos contra a ignorância, o preconceito, a xenofobia diz Abdulbaset Jarour.  A primeira pergunta que nos fizeram, quando eu e minha família veio da Bolívia para o Brasil foi “Por que você migrou?” Buscamos uma vida melhor, somos livres. Temos o direito de lutar com os “nacionais” por um mundo melhor! Diz Verônica Yunra

Migrante não é um tema de moda, um número estatístico, um objeto mercantil – são seres humanos com particularidades culturais, realidade. Toda pessoa que pesquisa migração tem que dar uma devolutiva às comunidades imigrantes, pois é um conhecimento conjunto e deve ser descentralizado dizia  Hiordana Bustamante

Marlucia Silva falou de sua experiência como professora, na valorização, escuta e integração dos alunos imigrantes, para superar situações de bullyng. O Professor/a é mediador para agregar conhecimentos e não dono do conhecimento.
Vivian de Souza  brasileira, falou de sua experiência quando esteve no sul da Alemanha e era vista como imigrante latina – segundo ela, as pessoas em mobilidade não devem ser enquadradas e discriminadas – pois são pessoas e não  potencial “problema”. Lembrou que há 3 milhões de  brasileiros fora do pais , segundo ela, o processo burocrático é desproporcional – exemplo é a dificuldade nos reconhecimentos de diploma. Pessoas que trabalham, que tem seus amigos, ficam de uma hora para outra, ameaçadas de não terem seus vistos renováveis – você se sente descartável, completou.

As Propostas Locais do FSMM  foram apresentadas ´por Jenny de la Rosa
O Fórum Social Mundial das Migrações – FSMM – quer ser um lugar de fala, discussão, escuta do migrante/refugiado.
Hoje reunimos pessoas que vivem em São Paulo, mas nosso leque é bem maior. Nossos encontros terminam processos e inauguram outros. Queremos sair da invisibilidade – trazer nossas expectativas. Ir aos bairros, discutir com os migrantes esta construção do Fórum Mundial que é nosso. Discutir nas bases a Nova Lei de Migração, que muitos ainda desconhecem. Estar onde estão os migrantes, seus espaços de convivência – sair dos muros – horizontalizar o debate, para que os imigrantes tenham de fato voz e sejam multiplicadores/as. Isso pode ser feito presencialmente, nos grupos ou usando a tecnologia, para atingir quem está distante.  Para que suas prioridades estejam no centro das questões.
Através desta mobilização, chegar ao México com representações autênticas dos migrantes.

Em seguida, as pessoas foram convidadas a darem seus nomes, para se integrarem os grupos de trabalhos: gestão, troca de saberes, multilíngue e transparência.

Foi lembrada a importância do eixo 3 – gênero – na questão migratória – como eixo permanente, de maneira que se garanta, também a participação de metade de mulheres no Fórum

Luiza, de Camarões, lembrou a questão dos/das imigrantes idosos/as

Na Plenária várias perguntas foram feitas às pessoas da mesa, sendo que foi transmitida ao vivo pela TV Câmara – do município de São Paulo.
A  noite especial foi encerrada pelo mediador da mesa, como início da mobilização do Brasil no Fórum Social Mundial das Migrações.

Contatos:
facebook: vozesmigrantesbrasil

Roverbal Freire 
Miguel Ahumada
Serviço Pastoral do Migrante

www.miguelimigrante.blogspot.com






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