quinta-feira, 31 de agosto de 2017

Campos de refugiados são "última possibilidade" para venezuelanos

O diretor de Migrações da Colômbia afirmou que a instalação de campos de refugiados é a "última possibilidade" que as autoridades contemplam para responder ao fluxo de venezuelanos que recebem devido à crise naquele país.


Os campos de refugiados, como se tem mencionado, são a última opção que o Governo tem", disse Christian Kruger, na quarta-feira, aos jornalistas, durante uma visita ao departamento de La Guajira, na fronteira com a Venezuela.

Kruger afirmou que os campos são sempre uma medida transitória, e que o Governo colombiano está a trabalhar em iniciativas para integrar os venezuelanos na vida ativa.
"Somos chamados a estender a mão aos nossos irmãos venezuelanos, tal como eles fizeram há anos com todos aqueles compatriotas que saíram do nosso país, para fugir da violência ou em busca de um futuro melhor", realçou Kruger, citado num comunicado.
O diretor de Migrações da Colômbia reiterou que o Governo tem aplicado diferentes medidas que permitem não apenas assistir este grupo de pessoas, como também mitigar os efeitos da migração, que "pode ser positiva, sempre que se continue a respeitar as normas do país".
Durante a visita a La Guajira, o responsável percorreu a fronteira entre a Colômbia e a Venezuela, visitando o posto de controlo migratório de Paraguachón.
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Com Informaçoes Noticias ao Minuto

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Congresso: Manteve veto de Anistia aos estrangeiros .


O Senado Federal manteve, por 36 votos a 4, o veto ao Projeto de Lei 2516/15, do Senado, que institui o novo Estatuto da Migração, transformado na Lei 13.445/17. Assim, esse veto não foi votado pela Câmara dos Deputados.
O veto recaiu sobre 30 dispositivos do Estatuto da Migração, que define os direitos e os deveres do migrante e do visitante no Brasil, regula a entrada e a permanência de estrangeiros e estabelece normas de proteção ao brasileiro no exterior.
Entre os dispositivos vetados está a anistia a todos os estrangeiros que entraram no País irregularmente até 6 de julho de 2016.
De acordo com a justificativa para o veto, o dispositivo concederia “anistia indiscriminada a todos os imigrantes”, retirando a autoridade do Brasil de selecionar como será o acolhimento dos estrangeiros.
Agencia Camara
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quarta-feira, 30 de agosto de 2017

Missão Paz estará no “II Fórum sobre Imigração e Refúgio em Campinas”

O II Fórum sobre Imigração e Refúgio em Campinas – A nova lei de migração acontecerá no dia 5 de setembro, das 9h30 às 17 horas, no auditório do Núcleo de Estudos de População ‘Elza Berquó’ (NEPO).
As migrações internacionais e, particularmente, o refúgio tem se despontado como uma questão central do século XXI. A posição geopolítica do Brasil no cenário internacional, somado às restrições crescentes à entrada de estrangeiros na Europa e Estados Unidos, tem intensificado a circulação de imigrantes internacionais em território brasileiro. As dificuldades enfrentadas por essa população demanda articulação de políticas específicas, tema de discussão do Fórum.
Além de um debate sobre a nova Lei de Migração, o evento abordará as iniciativas locais de apoio a imigrantes e refugiados. Nesse contexto, será apresentado o Grupo de Trabalho para implementação da Cátedra Sérgio Vieira de Melo na Unicamp, uma iniciativa do Alto Comissariado das Nações Unidas para Refugiados que estimula o debate e a produção de conhecimento sobre o tema dos refugiados em diversos centros de ensino e pesquisa nacionais e internacionais.
Também serão contempladas as iniciativas da Prefeitura Municipal de Campinas, da Rede de Apoio a Imigrantes e Refugiados de Campinas e da Clínica de Direitos Humanos da PUC-Campinas. Haverá, ainda, relatos de imigrantes e refugiados e o lançamento de um dossiê especial sobre Imigração e Refúgio da Revista Brasileira de Estudos de População. O evento é gratuito e sem necessidade de inscrição prévia.
Unicamp
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Conectas e Missão Paz vão a Roraima e Amazonas para acompanhar a acolhida aos migrantes

As organizações Conectas e Missão Paz iniciaram na segunda-feira, 28, uma missão a campo conjunta nos Estados de Roraima e Amazonas para acompanhar de perto o processo de acolhida aos venezuelanos que chegam ao Brasil para fugir da crise em seu país.

No decorrer desta semana, representantes das entidades visitarão Boa Vista, Pacaraima – principal porta de entrada dos migrantes por fazer fronteira com a cidade do país caribenho Santa Elena de Uairén – e Manaus.

O objetivo é conhecer mais de perto a realidade da chegada dos venezuelanos ao Brasil e ver quais são os esforços conjuntos entre nossas autoridades e grupos da sociedade civil para garantir uma acolhida adequada a estas pessoas”, ressalta Camila Asano, coordenadora de Política Externa da Conectas.

Na agenda está prevista uma série de reuniões com autoridades locais e estaduais, além de órgãos federais, como a PF (Polícia Federal), o MPF (Ministério Público Federal) e a DPU (Defensoria Pública da União) – estes dois últimos são autores de uma Ação Civil Pública que pede a isenção de taxas para a concessão de vistos ou de documentos para regularização migratória a grupos vulneráveis e indivíduos em condição de “hipossuficiência econômica”.  

Também serão realizadas conversas com membros de organismos internacionais, como OIM (Organização Internacional para as Migrações da ONU), ACNUR (Agência das Nações Unidas para Refugiados) , e grupos da sociedade civil, como a equipe do projeto Acolher ligada à UFRR (Universidade Federal de Roraima), a Pastoral Universitária, a Fraternidade e o Centro de Direitos Humanos e Imigrações.

“Vamos conversar com as famílias de migrantes venezuelanos para entender quais são suas expectativas no Brasil e como a sociedade civil brasileira pode contribuir”, explica Letícia Carvalho, assessora de advocacy da Missão Paz.

A Missão também envolve a ida aos abrigos em Boa Vista e Manaus, que já acolhem hoje centenas de migrantes.
Conectas
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terça-feira, 29 de agosto de 2017

Imigrantes de países da América do Sul fazem torneio na cidade de Manaus


O ritmo fora do campo é diferente. As músicas latinas embalam a preparação dos times antes de entrar em campo para a disputa da quarta edição da Copa Internacional Society. Com representantes de países sul-americanos que moram em Manaus, o torneio serve como um símbolo de união entre as diversas culturas e também em referência a padroeira do Peru, Santa Rosa de Lima.  
“A ideia é chamar as comunidades e também homenagear Santa da América. Todo ano temos homenagens em Lima, quanto no Equador, Colômbia”, explicou Fernando Villalobos, organizador da competição, peruano que mora a 17 anos em Manaus, que fez questão de destacar a principal característica dos jogos, o respeito a todas as culturas.  “Eu acho bonito porque todos se encontram. Todas as culturas, colombianos, venezuelanos, peruanos, brasileiros, todos”, completou Fernando. 
Ao todo,  seis equipes disputaram o troféu da competição. Uma das equipes estreantes foi a da Colômbia. “É muito importante, tem uma briga de comunidades as vezes mas aqui, então no jogo da pra conversar muito, compartilhar até comidas. É muito legal”, garantiu William Kanal. Há três anos no Amazonas, o representante comercial revela que o principal problema de adaptação no estado não foi coma  população e muito menos com a bola no pé. “Para mim foi complicado por causa do clima, é muito quente, muito, muito quente. Mas a cidade é muito boa, fui bem recebido”, completou ele.
Amizades a parte, a  disputa dentro do  campo society foi intensa. Os times entraram em campo dispostos a conquistar o título. Entre os sotaques castelhanos haviam também vozes brasileiras entre as orientações dentro de campo. Além do time representante o país-sede da competição, o regulamento permite que até um brasileiro faça parte de cada time para as disputas. “A regra do torneio é a seguinte todos os times podem usar apenas um brasileiro. Dos quatro jogadores em campo, só pode ter um brasileiro”, explicou Fernando Villalobos.
Rutemberg Serrão era um dos jogadores infiltrados nos times de fora. Além de contribuir em campo com a equipe peruana, o brasileiro aproveita para conhecer novas culturas fora dele. “Eu acho muito bacana porque é organizado de uma forma diferenciada. São coisas deles, que trazem dos países deles para Manaus, e uma coisa muito boa que é o futebol, eles gostam disso”, explicou o jogador que vai disputar o Peladão 2017 pelo time do Amazonas F.C, que completou: “Isso faz com que todos se reúnam e que tenha um brincadeira legal, saudável, porque dificilmente eles se inscrevem em torneios de futebol brasileiro, preferem fazer coisas deles e é bem bacana”, finalizou.
Valter CardosoAcritica
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Fórum sobre refugiados reúne especialistas no Masp

 A Federação das Associações Muçulmanas do Brasil (Fambras) promove no dia 20 de setembro, em São Paulo, o 1º Fórum sobre Imigrantes e Refugiados no Brasil, sob o título “E eu, onde fico?”. O encontro irá debater a questão do refúgio sob a ótica da nova Lei de Migração, sancionada em maio, e será produzido um documento com sugestões de políticas públicas para as autoridades brasileiras.
Tasso Marcelo/AFP-20/04/2017
Refugiado sírio dá aula de árabe no Rio de Janeiro
“Havia a percepção da necessidade de o assunto ser discutido mais profundamente por especialistas com a nova lei”, disse o vice-presidente da Fambras, Ali Hussein El Zoghbi. “Dada a quantidade de refugiados hoje e a importância de a sociedade debater esta temática, nós costuramos com as principais personalidades ligadas ao tema painéis para debater e sair de lá com um documento que possa contribuir com as políticas públicas”, acrescentou.

O fórum está com inscrições abertas e a participação é gratuita, mas as vagas são limitadas. Segundo Zoghbi, são 375 vagas e metade já foi preenchida. “Esperamos casa cheia”, observou. A programação é voltada para jornalistas, acadêmicos, diplomatas, representantes de órgãos públicos e de entidades privadas que atuam na área, profissionais de assistência social e formadores de opinião em geral.

O evento pretende também discutir a maneira como a questão é retratada na imprensa e de que forma esta narrativa influi na vida dos refugiados. De acordo com Zoghbi, a ideia é fazer com que a mídia possa contribuir com a formulação de políticas públicas adequadas, “com inclusão e para a consolidação da nova Lei de Migrações”.

A lei tem como objetivos combater a criminalização do imigrante e reduzir a burocracia na imigração. Um dos destaques é a garantia de ampla defesa e de assistência jurídica gratuita em caso de detenção de migrante ao tentar entrar no País. A medida impede que a pessoa seja deportada imediatamente pela Polícia Federal.

A lei garante também ao estrangeiro a liberdade de participação em manifestação política, regulamenta ferramentas como os vistos humanitários e proíbe deportações ou expulsões coletivas, entre outras medidas. A lei substitui o Estatuto do Estrangeiro, de 1980. No entanto, 20 itens da norma foram vetados pela Presidência da República.

Estão confirmadas as participações no fórum do Coordenador de Direitos Humanos da Ordem dos Advogados do Brasil – Seção de São Paulo (OAB-SP), Martim de Almeida Sampaio, da diretora da ONG Human Rights Watch no Brasil, Maria Laura Canineu, da representante do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (Acnur) no País, Isabel Marquez, da presidente da ONG I Know My Rights (IKMR), Vivianne Reis, da jornalista Isabel Filgueiras, autora do livro “A Diáspora Síria”, e do jornalista Victor Ferreira, do canal GloboNews. A Globo é parceira do evento.

Haverá também um depoimento da atriz Cássia Kiss e uma apresentação do coral de crianças refugiadas Coração de Jolie. O fórum será realizado no auditório do Museu de Artes de São Paulo (Masp).

Serviço

1º Fórum sobre Imigrantes e Refugiados no Brasil – “E eu, onde fico?”
Dia 20 de setembro, das 13h30 às 19 horas. O credenciamento ocorrerá a partir das 12h30
Auditório do Masp, Avenida Paulista, 1578, Bela Vista, São Paulo, SP
As inscrições podem ser feitas pelo site www.eeuondefico.org.br
Alexandre Rocha
Agencia de Noticias Brasil-Arabe
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segunda-feira, 28 de agosto de 2017

Travessia para os EUA mata seis brasileiros em um ano

Local em que corpo de imigrante foi localizado no Arizona (Foto - Cláudia Trevisan)
Juntar dinheiro. Voltar ao Brasil. Comprar uma casa. Talvez abrir um comércio. Quando fez sua mala e iniciou sua aventura clandestina rumo a Boston, o mineiro Maycon Douglas de Andrade Fernandes tinha os mesmos sonhos de milhares de outros brasileiros que trilham esse caminho. O seu não durou 24 horas e terminou na aridez do Texas. Há duas semanas, Fernandes se tornou o sexto brasileiro a morrer na travessia da fronteira sul dos Estados Unidos nos últimos 12 meses, período que registrou o maior número de vítimas em pelo menos uma década.
O ano mais fatal até agora havia sido 2010, quando 4 brasileiros morreram no massacre de Tamaulipas, no México – 72 pessoas que se preparavam para cruzar a fronteira foram assassinadas por narcotraficantes. O número de mortes nos últimos 12 meses é o maior pelo menos desde 2007, período sobre o qual o Ministério das Relações Exteriores forneceu dados para o Estado.
De 2007 até agora, 19 brasileiros morreram na tentativa de chegar por terra ao território americano. Estão fora dessa estatística os que ainda não foram encontrados. Em novembro, 12 brasileiros desapareceram no mar, depois de saírem das Bahamas. No mesmo mês, pai e filho que viajavam juntos sumiram no deserto do Arizona. Outro teve o mesmo destino no Texas.
No início de agosto, Fernandes saiu de Conselheiro Pena, cidade mineira de 20 mil habitantes, em direção a São Paulo. No dia 4 daquele mês, voou para o México, onde aguardou a ordem dos coiotes para cruzar o Rio Grande, que separa os dois países. O sinal verde veio no domingo, dia 13. Na segunda-feira, um parente que vive nos EUA recebeu uma mensagem de voz no WhatsApp: “Maycon morreu, comecem a procurá-lo”.
Acionada, a Patrulha da Fronteira encontrou o corpo na noite do mesmo dia. Pessoas que estavam no seu grupo disseram à família que Fernandes começou a passar mal no domingo, vomitou três vezes e morreu. Ele tinha 24 anos. "Eu tenho de ir, porque aqui não tenho futuro", repetia ele, segundo um parente que falou com o Estado sob anonimato, por viver sem documentos nos EUA.
Casado com Renata há pouco mais de dois anos, Maycon era o filho mais velho de Cristina. Desempregado há meses, ele cobria férias como vendedor, segundo o parente. Seu corpo foi levado para Laredo, no Texas, e ainda não foi liberado. A família não tem os US$ 12 mil (R$ 38 mil) para seu traslado ao Brasil e iniciou uma campanha online para arrecadar fundos. Como muitos dos que tentam a sorte nos Estados Unidos, Fernandes não falava inglês e havia estudado só até o ensino médio.
A temperatura no deserto no sul do Texas e do Arizona se aproxima dos 40ºC no verão americano e chega ao pico em agosto. O sol é inclemente e o risco de desidratação, imenso. A travessia pode durar dias, dependendo da região e do acerto com o coiote. Muitos não levam água suficiente e acabam padecendo no caminho. “O que está matando esses meninos não são os coiotes nem os traficantes, mas a natureza. As pessoas não têm ideia do calor que faz na fronteira”, disse Dornelas D., que ajudou a família de Lucas Batista Passos a encontrar seu corpo depois de ele desaparecer no deserto do Texas no fim de abril.
Passos decidiu atravessar a fronteira de maneira clandestina depois de seu pedido de visto ter sido negado duas vezes. O mineiro concordou em pagar quase US$ 7 mil (R$ 22 mil) para o coiote que organizou a viagem.
No dia 4 de abril, ele pegou um voo para o México, onde esperou 24 dias antes de cruzar a fronteira. A última foto que mandou para o irmão no Brasil mostrava que havia perdido peso. No dia 28 de abril, Passos disse a parentes que sairia às 19 horas de Díaz Ordaz, no México, em direção ao EUA. Sete horas depois, a família conseguiu entrar em contato pelo WhatsApp com uma das pessoas que viajavam com ele. Passos teve dores terríveis nas pernas, não conseguiu mais andar e ficou para trás, informou.
O brasileiro de 30 anos havia saído de Teófilo Otoni, em Minas Gerais, com destino à Carolina do Norte, onde nunca chegou. Da cidade mineira, a família tentava descobrir seu paradeiro nos EUA. A esperança era a de que ele tivesse sido preso pela Patrulha de Fronteira e colocado em um centro de detenção. A expectativa foi reforçada pela presença de um brasileiro de nome quase idêntico em uma prisão no Texas. Sem conseguir entrar em contato com o Lucas que estava detido nem obter informações sobre o Lucas verdadeiro, a família pediu ajuda a Dornelas por meio de uma amiga comum, 11 dias após o desaparecimento.
Com pedaços de informações dadas por dois de seus companheiros de viagem, ela montou um quebra-cabeças que ajudou a polícia a localizar o corpo. Dornelas descobriu que Passos não estava em McAllen, como haviam dito os coiotes, mas em La Grulla, a 42 km de distância. No dia 12 de junho, ela recebeu a notícia de que o corpo havia sido encontrado.
A causa da morte foi desidratação. “Ninguém da minha família pensava que ele tivesse morrido. Acreditávamos que ele estivesse preso, sem poder dar notícias”, disse sua irmã, Andréia Batista Passos, que estava grávida de oito meses quando ele desapareceu. “Quando soube, senti desespero, angústia, dor, culpa. Depois, senti tristeza pelas circunstâncias em que ele morreu, em pensar que ele passou sede, fome e morreu só, em uma terra distante.
Fonte:  - Brazilian Times
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ONU lança estudo sobre migração haitiana para Brasil, Chile e Argentina

A Organização Internacional para as Migrações (OIM) e o Instituto de Políticas Públicas em Direitos Humanos (IPPDH) do Mercosul lançaram no dia  (15) um diagnóstico sobre a migração haitiana para os países-membros e associados do bloco, analisando especialmente o caso das cidades de Brasil, Chile e Argentina.
O estudo concluiu que nos três países há evidências de um nível aceitável de garantia de acessos a direitos por parte dos migrantes haitianos, particularmente no acesso à educação e à saúde. Além disso, no Brasil, a regularização de pessoas migrantes contribuiu de forma importante para o acesso dessa população ao mercado de trabalho formal.
Haitianos desembarcam no Brasil após terremoto de 2010. Foto: Senado/Luciano Pontes
Haitianos desembarcam no Brasil após terremoto de 2010. Foto: Senado/Luciano Pontes
Organização Internacional para as Migrações (OIM) e o Instituto de Políticas Públicas em Direitos Humanos (IPPDH) do Mercosul lançaram na semana passada (15) um diagnóstico sobre a migração haitiana para os países-membros e associados do bloco, analisando especialmente o caso de Brasil (São Paulo), Chile (Santiago) e Argentina (Buenos Aires).
Os pesquisadores realizaram uma série de entrevistas em cada um dos países do Mercosul, focando nas condições e estratégias de recepção e atenção a migrantes haitianos nessas cidades.
Os fluxos migratórios haitianos entre 2014 e 2016 para Brasil e Chile, principalmente, e em menor medida para a Argentina, têm características diferentes na comparação com o fluxo ocorrido entre 2010 e 2014, de acordo com o estudo. Entre 2014 e 2016, os fluxos migratórios haitianos foram formados principalmente por familiares — diretos ou indiretos — dos migrantes já instalados nesses países, apontou.
De acordo com o levantamento, o Brasil é o país da região com maior número de haitianos. Até o fim de 2016, foram autorizadas 67 mil autorizações de residência no país, incluindo temporárias e permanentes. No Chile, foram concedidas 18 mil autorizações de moradia até o fim de 2015, enquanto na Argentina havia pouco menos de 1,2 mil.
Em relação aos direitos sociais, a pesquisa verificou que não há uma correlação forte entre as normas migratórias e o acesso efetivo a saúde, educação, moradia e trabalho. No entanto, nesses três países há evidências de um nível aceitável de garantia de acessos a direitos, particularmente no acesso à educação e à saúde. Além disso, no Brasil, a regularização de pessoas migrantes contribuiu de forma importante ao acesso ao mercado de trabalho formal.
Para Matteo Mandrile, oficial regional de desenvolvimento de projetos da OIM e coordenador da análise, o dinamismo da mobilidade haitiana requer o desenho e a implementação de políticas públicas de integração e mobilidade. “Sobretudo considerando o fato de que a migração haitiana na América do Sul chegou para ficar, ao mesmo tempo em que continua em movimento no nível intra-regional”, afirmou.
O estudo, financiado pelo governo brasileiro e pelo fundo da OIM para o desenvolvimento, faz parte de uma série de projetos que a agência da ONU vem realizando na América do Sul sobre a migração haitiana, entre os quais está uma pesquisa sobre migração haitiana para o Brasil realizada em 2014, que analisou as principais rotas migratórias ao país. Foi feito ainda um estudo sobre a inserção dos haitianos no mercado de trabalho na região Sul do Brasil e no Distrito Federal.
Onu
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sábado, 26 de agosto de 2017

Prefeita de Boa Vista diz que Aluguel Solidário para Venezuelanos será com verba federal e beneficia economia

A prefeita Teresa Surita (PMDB) deu detalhes sobre o Programa Aluguel Solidário, anunciado como medida para amenizar a situação das famílias venezuelanas que vivem nas ruas da Capital. Segundo ela, o programa será benéfico para o Município de Boa Vista, da mesma maneira como está sendo para o município de Manaus (AM), pois os recursos serão injetados na economia local.
Ela disse que essa ação trata-se de uma prática idealizada pelo Governo Federal que funciona em parceria com as prefeituras das cidades que convivem com a mesma problemática de imigração desenfreada. Para explicar as vantagens do programa em Boa Vista, a prefeita afirmou que os recursos serão administrados pela Secretaria Municipal de Gestão Social, que firmará os contratos de aluguéis diretamente com os proprietários dos imóveis, evitando que esse dinheiro chegue às mãos dos imigrantes e que eles enviem parte desse recurso financeiro aos familiares que permanecem na Venezuela.
“Nenhum venezuelano receberá dinheiro em mãos. Com o programa Aluguel Solidário, essa possibilidade não existe. Tudo será administrado pelo poder público. Essa é uma exigência do Ministério do Desenvolvimento Social [MDS] para garantir que o recurso seja aplicado na cidade para a qual foi destinado”, frisou Teresa.
Segundo ela, é importante destacar que os recursos não sairão dos cofres da prefeitura, mas do ministério. “Essa é a garantia de que a população só terá a ganhar com o programa, principalmente porque todo o dinheiro vai circular necessariamente dentro da Capital e não terá qualquer impacto nas ações da prefeitura voltadas para os boa-vistenses”, destacou a prefeita.
EXIGÊNCIAS – Conforme Teresa Surita, a Prefeitura de Boa Vista priorizará os venezuelanos que estiverem com as famílias, principalmente com crianças e idosos, e que vivem nas ruas e abrigos improvisados. Os beneficiados terão direito ao auxílio por no máximo seis meses. Após esse período, caso ele não esteja inserido no mercado de trabalho, deverá buscar outras alternativas para seus familiares e não poderá mais ser atendido com este programa. Ou ele segue para outro Estado ou retorna para a Venezuela.
A secretária municipal de Gestão Social, Simone Queiroz, explicou que, caso uma família atendida com o Aluguel Solidário consiga emprego em Boa Vista, automaticamente ele deixará de receber os recursos do Governo Federal. “Essa iniciativa é primordial para dar condições das famílias viverem, ao menos, em um lar e tenha a oportunidade e tempo necessário para se regularizar no país e conseguir emprego”, disse.
PLANO DE AÇÃO – O plano apresentado à imprensa na quinta-feira, 24, teve o objetivo de estabelecer saídas para a questão migratória venezuelana. Conforme a Prefeitura, a situação começa a se tornar insuportável para os boa-vistenses que, nos últimos meses, têm convivido em meio à mendicância nos semáforos.
O plano, como princípio, é ter o controle de entrada dos imigrantes venezuelanos no Município de Pacaraima, na fronteira com a Venezuela, ao norte do Estado. Esse controle é feito inicialmente pela Polícia Federal, com auxílio do Exército Brasileiro, mas necessita da definição de outras ações para alcançar o resultado esperado.
Em Boa Vista, já está em andamento nas ruas o cadastramento das famílias, cujo levantamento será encaminhado ao Ministério do Desenvolvimento Social, que vai disponibilizar os recursos a serem empregados.
O plano prevê que todo venezuelano que busque entrar no Brasil seja encaminhado inicialmente ao Centro de Triagem (CT), a ser implantado na cidade de Pacaraima. O CT deve entrar em funcionamento no dia 12 de setembro. Nesse centro, será traçado um perfil individual e das famílias.
Serão levantados pontos importantes como a questão vacinal (exigência de cartões de vacina, a exemplo do que eles fazem com os brasileiros que querem entrar na Venezuela). Esse detalhe vai impedir a entrada de pessoas portadoras de doenças já erradicadas no Brasil, a exemplo de uma criança venezuelana que chegou a Boa Vista com difteria e ficou internada no Hospital da Criança Santo Antônio. Outra dificuldade verificada é a entrada de animais domésticos, como cães, que são vendidos em semáforos da Capital. Muitos desses animais entram no Estado com doenças contagiosas.
No CT, os migrantes vão informar se pretendem ficar em Pacaraima, descer para Boa Vista ou seguir para outros estados, entre outras informações necessárias. Ao passar pelo centro, o migrante sairá com uma espécie de cartão, semelhante ao “permisso” expedido pelas autoridades venezuelanas a brasileiros interessados em entrar no país vizinho.
Além de um folder com informações importantes, escrito em língua espanhola, o migrante também será encaminhado para o Centro de Atendimento ao Migrante (CAM), que funcionará no Terminal João Firmino Sampaio, localizado no bairro Buritis, conhecido popularmente como Terminal do Caimbé, na zona oeste de Boa Vista.
A Prefeitura manterá no CAM uma equipe preparada para fornecer todas as orientações necessárias ao migrante, bem como encaminhá-lo aos diversos órgãos junto aos quais ele poderá se regularizar no país, tirar o CPF, passaporte, carteira de trabalho, entre outros documentos que o tornarão apto a encontrar um emprego.
A prefeita Teresa Surita enfatizou que o plano de ação não prevê o fechamento físico da fronteira, mas, tendo eles entrado, cabe ao setor público local prestar apoio às demandas geradas por eles, preceito previsto na Constituição Federal. “Tudo o que será feito contará com recursos federais”, frisou a prefeita, assegurando que as demandas do município continuarão sendo atendidas dentro da normalidade. “Os boa-vistenses não sofrerão nenhum prejuízo”.
Folha Web
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PEC que permite voto de estrangeiros nas eleições está parada no Senado

Após ser aprovada, em junho, pela Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania (CCJ) a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 25/2012, que garante a estrangeiros residentes no Brasil o direito de votar e ser votado nas eleições municipais, está parada a espera de votação no Senado Federal.
A iniciativa do senador licenciado Aloysio Nunes Ferreira (PSDB-SP), segundo informou a CCJ à Folha de Boa Vista, aguarda inclusão para discussão e votação em 1° turno no Plenário do Senado, que ainda precisará de um 2º turno para ser aprovada e ir à sanção presidencial. Não há, no entanto, previsão para que isso ocorra.
A PEC 25/2012 modifica o artigo 12º da Constituição para estender aos estrangeiros com residência permanente no país direitos já garantidos aos cidadãos brasileiros. Atualmente, esse dispositivo só concede os direitos de votar e ser votado aos portugueses com residência permanente no país. Entretanto, que a concessão do benefício a estrangeiros depende de haver reciprocidade em favor de brasileiros nos respectivos países.
A PEC 25/2012 também muda o artigo 14, que hoje veda o alistamento eleitoral de estrangeiros, com a ressalva para os portugueses, estabelecendo a nacionalidade brasileira como condição de elegibilidade. Pelo texto da proposta, essa possibilidade fica aberta a todos os estrangeiros residentes no país, mas valendo apenas para eleições municipais e dentro do critério de reciprocidade.
POLÊMICA- A possibilidade do voto e candidaturas de estrangeiros no Brasil após o anúncio da Prefeitura de Boa Vista de um pacote de medidas para auxílio aos venezuelanos que vivem em Roraima, como a oferta de aluguel social e alimentação a essas pessoas.
A discussão foi levantada durante a entrevista coletiva concedida pela prefeita de Boa Vista, Teresa Surita (PMDB), que rechaçou essa possibilidade.
“Os venezuelanos que virão para cá virem a morar aqui irão precisão documentação e se depois de passar por todos esses processos tiverem título de leitor, é uma liberdade deles. Temos que trabalhar a consciência daquilo que vai melhorar a vida delas, e não pela troca do voto em uma coisa que temos obrigação de fazer”, afirmou.
Com informaçoes da Folha Web
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sexta-feira, 25 de agosto de 2017

Trabalho Escravo: Queda no número de operações preocupa diante da reforma trabalhista

Em 2017, foram realizadas apenas 18 operações pelo Grupo Especial de Fiscalização Móvel. Isso significa 16% do total feito em 2016
Seria necessária, em média, uma fiscalização a cada dois dias para que, até o fim do ano, o número de operações contra o trabalho escravo fosse semelhante ao de 2016. Essa é a conclusão após análise de dados do Observatório do Trabalho Escravo que apontaram que, em 2017, só foram realizadas 18 operações pelo Grupo Especial de Fiscalização Móvel. Em 2016, foram 106.
Mesmo o governo sinalizando recentemente para uma queda no número de fiscalizações, em razão da crise, os dados revelam uma redução ainda mais severa do que a imaginada pela rede de proteção. Ao fim de agosto, ter realizado apenas 16% do total feito em 2016 é preocupante para o Ministério Público do Trabalho (MPT), seja porque o estado brasileiro não prioriza o combate à prática que é uma afronta aos direitos humanos, seja porque tal omissão tem impacto direto na arrecadação do próprio governo.
“Esse é um corte que beneficia os maus empregadores e as cadeias produtivas altamente lesivas ao trabalhador e à previdência social. Por sua vez, é uma redução que penaliza a sociedade brasileira que fica cada vez mais distante do trabalho decente”, afirmam os procuradores do Trabalho Ulisses Dias de Carvalho e Débora Tito, representantes em Pernambuco da Coordenadoria de Erradicação do Trabalho Escravo do MPT.
A redução para o MPT ainda se torna mais preocupante quando avaliada dentro do contexto da reforma trabalhista. As novas regras de trabalho no Brasil passam a valer a partir de novembro e devem gerar situações laborais de maior vulnerabilidade ao trabalhador. Um aspecto que preocupa e que está vinculado a um dos requisitos de caracterização do trabalho escravo são as longas jornadas.
“A reforma tratou como natural e regular o trabalho de até 12 horas por dia, por exemplo, mas isso em alguns contextos é o primeiro caso para a configuração do trabalho degradante análogo ao de escravo”, dizem, lembrando o caso dos trabalhadores da indústria têxtil encontrados em São Paulo pela fiscalização.
Segundo os dados do Observatório, as atividades econômicas com maior número de resgates são: criação de bovinos para corte (30,94%); cultivo de arroz (20,63%) e indústria do açúcar e do álcool (fabricação de álcool – 11,30%; cultivo de cana de açúcar – 9,67%; fabricação de açúcar bruto – 5,10%). Ao todo, esses três segmentos do agronegócio são responsáveis por 77,64% do total de resgatados de 2003 até hoje.
Queda livre
Além do baixo desempenho em relação a 2016, passa também a preocupar o MPT a construção de uma série histórica na queda das fiscalizações. De acordo com o Observatório do Trabalho Escravo, em 2013 houve 185 operações. Em 2014, esse número teve uma baixa de 14%, caindo para 160 operações. Já em 2015, foram feitas 155 operações.
Observatório
O Observatório Digital do Trabalho Escravo foi criado pela equipe do SMARTLAB de Trabalho Decente (uma iniciativa de cooperação técnica internacional do Ministério Público do Trabalho e da Organização Internacional do Trabalho no Brasil) com foco no fomento da gestão transparente, efetiva e informada de políticas públicas de promoção do trabalho decente, de modo que essas ações sejam cada vez mais orientadas por resultados e baseadas em evidências. Para saber mais acesse: https://observatorioescravo.mpt.mp.br/
Do Ministério Público do Trabalho  Pernambuco
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Pacto Global da ONU no Brasil lança documentário sobre projeto Empoderando Refugiadas

A Rede Brasil do Pacto Global da ONU, a Agência da ONU para Refugiados (ACNUR), a ONU Mulheres e outros parceiros do projeto Empoderando Refugiadas promovem na semana que vem (29) em São Paulo evento de encerramento de sua segunda edição. A atividade será gratuita.
Na ocasião, os resultados do projeto serão compartilhados e será lançado um minidocumentário com as histórias de algumas de suas participantes. O filme apresenta as diversas trajetórias, estratégias e desafios de dez mulheres em busca de uma oportunidade de recomeçar a vida em outro país.
Planejamento da carreira e empreendedorismo são alguns dos temas abordados no projeto Empoderando Refugiadas. Foto: Rede Brasil do Pacto Global/Fellipe Abreu
Planejamento da carreira e empreendedorismo são alguns dos temas abordados no projeto Empoderando Refugiadas. Foto: Rede Brasil do Pacto Global/Fellipe Abreu
A Rede Brasil do Pacto Global da ONU, a Agência da ONU para Refugiados (ACNUR), a ONU Mulheres e outros parceiros do projeto Empoderando Refugiadas promovem na semana que vem (29) em São Paulo o evento de encerramento de sua segunda edição. A atividade será gratuita.
Na ocasião, os resultados do projeto serão compartilhados e será lançado um minidocumentário com as histórias de algumas de suas participantes. O filme apresenta as diversas trajetórias, estratégias e desafios de dez mulheres em busca de uma oportunidade de recomeçar a vida em outro país.
As entrevistadas refletem sobre os impactos de um novo trabalho em suas relações familiares, sociais e em seu próprio entendimento dos papéis de gênero desempenhados por elas. O trailer pode ser acessado no link https://goo.gl/XHd4rU.
Estarão presentes no evento o secretário-executivo da Rede Brasil do Pacto Global, Carlo Pereira; a representante do ACNUR no Brasil, Isabel Marquez; e a gerente dos Princípios de Empoderamento das Mulheres da ONU Mulheres, Adriana Carvalho.
Ao longo da segunda edição, as participantes tiveram a oportunidade de se reunir em encontros mensais que abordaram questões como mercado de trabalho, direitos e cultura brasileira, saúde e bem-estar e empreendedorismo. Também receberam sessões de coaching e encaminhamento para entrevistas de emprego.
A primeira edição do projeto, que aconteceu entre novembro de 2015 e junho de 2016 em São Paulo, contou com a participação de 30 refugiadas e solicitantes de refúgio. Neste período, 21 mulheres receberam aconselhamento de carreira e participaram de sessões de coaching, mais de 20 entrevistas de emprego foram agendadas, e pelo menos nove mulheres foram contratadas. Além disso, cerca de 200 representantes de empresas participaram dos eventos de sensibilização.
O mundo vive hoje uma das piores crises humanitárias de sua história. De acordo com o último relatório Tendências Globais do ACNUR, o número de refugiados já é superior a 20 milhões. Segundo o Comitê Nacional para os Refugiados (CONARE), no Brasil, 9.552 pessoas, de 82 nacionalidades distintas, já tiveram sua condição de refugiadas reconhecida. Apenas no ano passado, 32% das pessoas que solicitaram refúgio no país eram mulheres.

Sobre o projeto

Considerando que o trabalho é condição fundamental para a independência financeira e a busca por uma vida digna, além de ser um fator primordial para a integração do refugiado à sociedade, o Grupo Temático de Direitos Humanos e Trabalho da Rede Brasil do Pacto Global criou o projeto Empoderando Refugiadas.
Lançado em 2000, o Pacto Global da ONU é a maior iniciativa de sustentabilidade corporativa do mundo. Reúne mais de 12 mil signatários – entre empresas e outras organizações – em quase 170 países com o objetivo de alinhar os negócios a dez princípios nas áreas de direitos humanos, trabalho, meio ambiente e combate à corrupção. Criada em 2003 e hoje a quarta maior rede do mundo e a maior das Américas, com mais de 700 signatários, a Rede Brasil do Pacto Global é vinculada ao Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD).
O projeto age em duas frentes, na intenção de aumentar o acesso das mulheres refugiadas ao emprego formal no Brasil. A primeira é conscientizá-las sobre seus direitos e fornecer habilidades e ferramentas para a independência e empoderamento econômico. Ao longo do projeto, elas participam de encontros mensais sobre temas como planejamento financeiro e profissional, direitos como refugiadas, mulheres e trabalhadoras e habilidades práticas para melhorar o português e o empreendedorismo feminino.
A segunda frente do projeto diz respeito à conscientização e sensibilização das empresas que podem contratar as refugiadas. O projeto tem como parceiros estratégicos a Caritas Arquidiocesana de São Paulo, o Consulado da Mulher, a Fox Time Recursos Humanos, o ISAE, o Migraflix e o Programa de Apoio para a Recolocação dos Refugiados (PARR). Além disso, conta na segunda edição com as seguintes empresas parceiras: Carrefour, EMDOC, Facebook, Lojas Renner e Sodexo.

Serviço

Data: 29 de agosto (terça-feira)
Local: Espaço Itaú de Cinema (Rua Augusta, 1470 – São Paulo)
Onu
www.miguelimigrante.blogspot.com

quinta-feira, 24 de agosto de 2017

Roda de Conversa em Manaus trata dos novos fluxos migratórios e de especificidades da nova lei de migração

Oportunizar um espaço de discussão em torno da temática dos novos fluxos migratórios na fronteira norte, os impactos sociais e culturais dessa migração e enfatizar os direitos dos migrantes garantidos na nova lei de migração. Este foi o objetivo da Roda de Conversa sobre novos fluxos migratórios e de especificidades da nova lei de migrações realizada na manhã do dia 21 de agosto, nas dependências do Colégio Preciosíssimo Sangue. Foram convidados a participar os agentes e voluntários da Pastoral dos Migrantes, leigos scalabrinianos, pastorais sociais, Cáritas, secretaria de governo, coordenação nacional do Serviço Pastoral dos  Migrantes e instituições envolvidas na temática.
Dos palestrantes estiveram a Prof Dra Marcia Oliveira, da Universidade Federal de Rondônia (Unir), que explicou sobre os novos fluxos migrantes no Brasil, na fronteira norte, além de destacar algumas especificidades culturais de alguns migrantes. O Professor Dr. Sidney Silva, da Universidade Federal do Amazonas (Ufam), tratou de especificidades da nova lei de migração: direitos garantidos. Destacou como preocupação o processo de regulamentação da lei e que o judiciário, que precisa colocar em prática e fazer cumprir o que se estabeleceu.
O bispo referencial do Setor de Mobilidade Humana da CNBB, esteve presente no evento destacou a importância de se realizar esse evento de partilha e reflexão sobre a migração. “Estamos celebrando os 25 anos da Pastoral do Migrante em Manaus e com a presença da coordenação nacional aproveitamos para fazer esse momento da Roda de Conversa para colocar a situação migratória, de refúgio e também de tráfico de pessoas ocorrido nos últimos meses e também para pensar como que a Pastoral está atualmente.  A gente conta com a presença de acadêmicos para nos ajudar na reflexão, mas também com aqueles que estão no dia a dia e os próprios migrantes participam desse momento de partilha. Isso nos fortalece na missão do cotidiano de acompanhar os diversos grupos e o fluxo migratório”, afirmou
Sobre a lei de migração, Dom José Luiz acredita, mesmo diante dos avanços, os agentes envolvidos precisam estar atentos a alguns pontos. “A lei teve uns avanços, alguns vetos, mas agora o problema é  regulamentar a lei e é importante acompanhar o processo”, enfatizou.
Selene Herculano, secretária do Centro de Migrações e Direitos Humanos (CMDH), na Diocese de Roraima, falou um pouco dos desafios no acompanhamento dos venezuelanos que lá chegam, principalmente os indígenas. Ela afirmou que o fluxo de atendimento aos venezuelanos aumentou em outubro de 2016, e logo se percebeu o aglomerado de pessoas e Pacaraima foi a cidade que mais afetada, pois por não haver hoteis as pessoas ficaram nas ruas e área aberta da Rodoviária.  Em março, fez-se um cadastro que sinalizou a existência de cerca de 100 famílias e estas foram auxiliadas no processo de documentação e pela dificuldade de deslocamento desses migrantes para Boa Vista, a secretaria conseguiu dentro da polícia federal uma sala de atendimento para preencher os formulários de refúgio e tirar fotos gratuitamente. Segundo ela, há também outros avanços junto à Prefeitura de Boa Vista, que abriu a porta das escolas para as crianças, sendo matriculadas mais de 500 no primário. Outra situação é que mais de 500 indígenas estão abrigados em um ginásio, espaço provisório e não é adequado, além de não terem alimentação suficiente.
Roberto Saraiva, da coordenação nacional, encerrou o evento destacando que há muitos desafios o que exige ainda que os envolvidos se debrucem no debate para pensar estratégias e assumir papeis para dar continuidade na luta em apoio ao imigrante. “Uma preocupação é que as vezes nos homogeneizamos os estrangeiros, sem procurar saber de onde ele vem, qual seu território, o motivo de ter migrado, e na hora da acolhida queremos colocar grupos étnicos diferentes na mesma casa, gerando conflitos, e isso não é um bom atendimento. É preciso investigar sobre esses povos e conhecer suas identidades, sua antropologia. Isso é muito mais desafiador para o trabalho, mas precisa ser feito. Precisamos desconstruir isso de olhar todos da mesma forma, como se fossem iguais. Se fizermos isso já teremos um bom avanço. Saimos  daqui com a esperança de que possamos repensar todas essas informações e tentar encontrar novos caminhos”, destacou.

Por: Ana Paula Gioia Lourenço

Assessoria de Comunicação da Arquidiocese de Manaus

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