segunda-feira, 6 de março de 2017

O Brasil precisa enfrentar o outro lado do risco da imigração

Está prevista para esta segunda-feira a promulgação do novo decreto que proíbe pessoas de sete países de viajar para os Estados Unidos.
Seria uma nova versão do banimento decidido em janeiro, com aplicação impedida por tribunais federais americanos. Durante os anos da bonança econômica, o Brasil chegou a ser alvo de imigração econômica, principalmente de haitianos e senegaleses, mas também de portugueses, espanhóis e italianos – não por acaso, países varridos por catástrofes naturais, políticas e/ou econômicas.
Desde o ano passado, crescem sinais de que o Brasil inverteu rapidamente sua posição no fluxo de pessoas. Em vez de atrair, passou a expulsar – ao menos metaforicamente. A combinação de descrença, exasperação e medo provoca fuga de dois tipos de brasileiros, principalmente: 
1. Quem conquistou certo patrimônio, facilitando a aceitação legal em países que premiam com cidadania investimento em propriedades ou na geração de negócios e empregos.
2. Profissionais em início de carreira que duvidam de algum futuro por aqui.nos da bonança econômica, o Brasil chegou a ser alvo de imigração econômica, principalmente de haitianos e senegaleses, mas também de portugueses, espanhóis e italianos – não por acaso, países varridos por catástrofes naturais, políticas e/ou econômicas.
A exasperação é comum entre os dois extremos, mas se acentua entre os que já tentaram empreender e sucumbiram frente ao purgatório burocrático, tributário e regulatório do Brasil. Ou se conta com muita estrutura, ou a maior parte do tempo e do esforço é desperdiçada na inútil tentativa de se adequar a regras que se acumulam, se renovam e se contradizem na legislação brasileira. É bastante possível, depois que os brasileiros souberam da gênese da MP 627 – conforme delação da Odebrecht, encomendada pela empresa –, que parte dessa barafunda seja conveniente para uma poderosa minoria empresarial.
Mas nem todas as iniciativas que geram renda e emprego têm o tamanho do caixa e das conexões da Odebrecht. Precisaria – a realidade obriga ao condicional – contar com a estabilidade e a simplificação das normas, prometida há décadas mas jamais entregue. O Brasil está diante de um novo momento de prova. Pode seguir fazendo de conta que tem um ambiente de negócios sustentável ou mudar tudo – ao menos, muito. Ou encarar nova sangria de capital e talentos.
 Marta Sfredo
Zero Hora Porto Alegre
www.miguelimigrante.blogspot.com



Nenhum comentário:

Postar um comentário