sexta-feira, 31 de março de 2017

Migrantes órfãos precisam de paternidade e maternidade

O lema do Capítulo: "Passemos à outra margem do lago com os nossos irmãos com os quais queremos viver e morrer", levou o Papa a falar dos momentos cruciais da Ordem e de seu fundador, São Jerônimo Emiliani, padroeiro universal dos órfãos e da juventude abandonada.
O santo veneziano foi movido pelo desejo de reformar a Igreja através de suas obras de caridade. O projeto era reformar primeiro a si próprio na fidelidade ao Evangelho, e depois a comunidade cristã e a sociedade civil, que não podem ignorar os marginalizados, que é o carisma próprio da Ordem: os órfãos e a juventude abandonada.
“E falando de órfãos, hoje existem os ‘meio-órfãos’: migrantes – jovens e crianças – que chegam sozinhos às nossas terras e precisam encontrar paternidade e maternidade. Gostaria de destacar isso. Nas embarcações, muitos chegam sozinhos e precisam disso. Isso é out“Também eu os encorajo a permanecerem fiéis à inspiração originária e a ‘colocar-se em saída’ rumo à humanidade ferida e descartada, com escolhas evangelicamente eficazes”, disse Francisco, referindo-se de modo especial ao carisma da Ordem. O Papa exorta os somascos a estarem atentos às diversas formas de marginalidade nas periferias geográficas e existenciais, sem se deixar levar por estruturas que oferecem falsa proteção e freiam o dinamismo da caridade e do serviço ao Reino de Deus.
Neste serviço, o Pontífice pede o envolvimento dos leigos somascos, de modo especial em prol dos direitos humanos, da infância e da adolescência, na prevenção da exploração e do tráfico de seres humanos. Em seu discurso, Francisco falou ainda da importância do diálogo ecumênico, da formação dos catequistas, dos animadores leigos e do clero contra “um dos maiores perigos da Igreja: o clericalismo”. E o Papa concluiu com mais um encorajamento:
“Que um renovado ardor missionário os impulsione a se dedicar ao serviço do Reino de Deus através da educação dos jovens, para que cresçam firmes na fé, livres e responsáveis, corajosos no testemunho e generosos no serviço.”
A Congregação
A ordem religiosa é inspirada na vida de São Jerônimo Emiliani e mantém a tradição na composição de seus membros. Todos são irmãos, consagrados pelos votos de pobreza, castidade e obediência. Os irmãos com vocação para o sacerdócio são ordenados para o ministério. Assim, a família dos religiosos somascos é composta por irmãos e irmãos padres. 
A Congregação está presente no Brasil e nos cinco continentes. A casa mãe está localizada em Somasca, pequeno vilarejo do norte da Itália. A última comunidade somasca a ser aberta foi na República Dominicana, próximo ao Haiti.ra tarefa de vocês.
Radio Vaticano
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Ajudar migrantes a regressar aos seus países

Migrantes podem aprender a produzir tijolos, a fabricar jóias e a administrar empresas, no âmbito de um programa que visa a sua reintegração e o regresso ao país onde nasceram



Os responsáveis pela Organização Internacional para Migrações (OIM) estão a lançar 20 projetos de reintegração para os migrantes da África Ocidental que vivem no Níger. Com o nome «Mecanismo de Resposta e Recurso do Migrante», o programa foi criado para ajudar mais de 3 mil migrantes a voltarem aos seus países de origem – Camarões, Guiné-Bissau, Guiné Conacri, Mali e Senegal – contribuindo também para melhorar a segurança e estabilidade no Níger.
De acordo com os promotores do programa no Níger, os projetos vão prestar assistência direta aos migrantes ao longo de toda a rota de migração. As operações iniciam já este mês, prolongando-se até setembro e deverão ainda beneficiar outras três mil pessoas que vivem nas comunidades locais, informa a Rádio ONU.
No último ano, a OIM desenvolveu três formações destinadas a ensinar os participantes a produzir tijolos, fabricar jóias e a administrar empresas. Mais de 600 pessoas receberam formação, incluindo migrantes e habitantes locais. O financiamento deste programa conta com o contributo do Fundo de Emergência da União Europeia para África

Fatima Missionaria

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quinta-feira, 30 de março de 2017

Itália aprova lei para proteção de menores imigrantes não acompanhados


O Senado italiano aprovou nesta quarta-feira (29), de maneira definitiva, um projeto de lei que introduz normas para a proteção dos menores imigrantes que chegam ao país não acompanhados, que só em 2016 foram 25.846.

A lei conhecida como "Proposta Zampa" introduz pela primeira vez procedimentos para identificar a idade do suposto menor, garantindo a uniformidade em nível nacional e a possibilidade de que essa pessoa, através de um tutor temporário, possa recorrer se não estiver de acordo.

Também está garantida a utilização de mediadores culturais durante todos os procedimentos e a introdução de um sistema de amparo exclusivamente só para os menores, onde estes poderão residir por até 30 dias e não os 60 atuais.
Posteriormente, terá que ser amparado em um "ambiente familiar idôneo, em uma família ou uma comunidade".

Será criado um banco de dados nacional onde haverá um "histórico social" do menor que lhe acompanhará durante todo o tempo que durar a tramitação de papéis para conseguir sua documentação.

A nova lei também exige que as autoridades realizem todas as investigações possíveis para localizar os parentes e colocá-los em comunicação.

A lei incorpora uma norma já existente que contempla que não se pode repatriar de nenhuma maneira um menor e que sejam garantidos todos os direitos de qualquer criança à educação, saúde e assistência legal.

"A Itália pode se considerar orgulhosa de ser o primeiro país da Europa a adotar um sistema de consideração aos menores, independente de seu status de imigrante ou refugiados", celebrou hoje a organização Save The Children.

O Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) também mostrou satisfação perante uma "lei histórica para aumentar o apoio e a proteção do número recorde de crianças estrangeiras não acompanhadas que chegam à Itália".

Neste ano, já chegaram cerca 3 mil menores sozinhos à Itália, segundo os dados da ONG "Save the Children".


AG.Efe

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Imigrantes paraguaios, bolivianos e peruanos fazem greve inédita na Argentina

mediaCartaz chamando os imigrantes na Argentina para uma mobilização que exige a revogação do decreto que endurece a Lei de Imigrações no país.
Os imigrantes na Argentina farão nesta quinta-feira (30) uma greve com um duplo objetivo: exigir a revogação do decreto de janeiro passado que endurece a Lei de Imigrações e mostrar a contribuição da força imigrante na economia argentina. Nesta tarde, os imigrantes vão se concentrar na frente do Congresso argentino para depois marcharem até a Praça de Maio, em frente à Casa Rosada, sede do governo argentino.
Márcio Resende, correspondente da RFI em Buenos Aires
O protesto se baseia na premissa de que o decreto do presidente Mauricio Macri obstrui direitos e estigmatiza o imigrante ao associá-lo à deliquência. Através das redes sociais, hispano-americanos residentes na Argentina convocam a greve neste 30 de março. A data escolhida remete ao ano de 2006, quando um incêndio em uma fábrica clandestina de têxteis em Buenos Aires matou seis bolivianos, cinco dos quais menores de idade que trabalhavam sob regime de exploração.
Um relatório publicado em 2016 pela Universidade Tres de Febrero aponta que os imigrantes na Argentina geram cerca de US$ 1,5 bilhão à economia do país. Entre 2007 e 2011, a geração de renda através dos imigrantes oscilou entre US$ 3,9 e US$ 5 bilhões.
Segundo os organizadores do protesto, o decreto de Macri associa o imigrante ao delito e o cerco migratório incentiva episódios de violência e de xenofobia. Também acreditam que o novo pacote imigratório possa tornar-se uma poderosa ferramenta de controle social por fora da lei.
"Essa mensagem é rapidamente entendida pela sociedade, mas demora décadas para ser revertida", reflete o diretor do Programa de Imigração da Universidade de Lanús, na periferia de Buenos Aires.
Cerca de 40% dos imigrantes na Argentina são paraguaios, seguidos de bolivianos e de peruanos. Nas favelas de Buenos Aires, em média, 60% dos habitantes são desses países.
A Argentina é o país que mais recebe imigrantes na América Latina. O processo para se obter a residência temporária dura apenas três meses sem grandes exigências. Mesmo assim, representam cerca de 5% da população, formada basicamente de descendentes de europeus.
Estrangeiros representam 33% dos presos por tráfico
Apenas 6% dos detentos no país são estrangeiros, mas o número sobe para 33% quando se trata apenas de delitos relacionados com o tráfico de drogas. Segundo a ministra da Segurança, Patricia Bullrich, os peruanos e os paraguaios chegam à Argentina para disputar o controle do tráfico. De país de trânsito para drogas rumo à Europa ou Estados Unidos, a Argentina passou a produzir drogas num mercado ainda dominado por estrangeiros da vizinhança.
Pablo Ceriani Cerbadas, integrante do comitê da ONU para a Proteção dos Direitos Humanos dos Trabalhadores Imigrantes, explica que "o fato de 33% dos delitos vinculados ao tráfico de drogas serem cometidos por estrangeiros é lógico dada a natureza desse tipo de delito", mas sublinha que "isso não significa que sejam pessoas que tentem residir no país" onde "desde 2002, entre 5,2% e 5,9% dos delitos foram cometidos por estrangeiros".

Endurecimento da Lei
O decreto publicado em janeiro passado estabelece que fica proibida a entrada na Argentina de estrangeiros com antecedentes penais, sejam turistas ou imigrantes, e que serão expulsos de forma imediata os estrangeiros residentes que cometerem delitos graves no país.
Dos atuais sete anos que o processo atual pode demorar a uma expulsão em apenas dois meses. "Diminuíram os prazos e eliminaram instâncias de apelação para o imigrante. A pessoa é expulsa logo, sem que os parentes de uma vítima fatal possam conseguir justiça nem ressarcimento civil", indica Pablo Ceriani Cerbadas.
Para evitar que o problema chegue até a Argentina, todos os estrangeiros que tiverem antecedentes penais nos seus países, também serão barrados antes de entrarem. As companhias aéreas têm de informar preventivamente sobre todos os 12 milhões de passageiros que chegam à Argentina anualmente. As medidas apontam principalmente para imigrantes de países com forte presença do tráfico de drogas como México, Bolívia, Peru, Paraguai e Colômbia.
Nos últimos anos, a integração sul-americana incentivada pelo Mercosul e pela Unasul favoreceu uma corrente imigratória intra-zona que gera agora um debate inédito na América do Sul. As medidas que endurecem os controles acontecem num contexto internacional delicado.
RFI
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quarta-feira, 29 de março de 2017

ONU e CIDH manifestam preocupação com proteção de defensores de direitos humanos no Brasil

Escritório de direitos humanos da ONU na América do Sul e Relatoria sobre os direitos de defensoras e defensores de direitos humanos da Comissão Interamericana de Direitos Humanos (CIDH) receberam com preocupação as notícias dos assassinatos de Waldomiro Costa Pereira, militante do MST, em Parauapebas, Pará, e do cacique Antonio Mig Claudino, da Terra Indígena Serrinha, no norte do Rio Grande do Sul, que ocorreram no dia 20 de março.
“O Brasil é um dos países mais perigosos para defensoras e defensores de direitos humanos, sobretudo em consequência de atividades ligadas à disputa por terras, ao trabalho decente e à proteção do meio ambiente”, afirmou o representante da ONU, Amerigo Incalcaterra. “Isso torna ativistas de direitos humanos que lutam pela reforma agrária, líderes sindicais, campesinos e comunitários, e lideranças indígenas, quilombolas e comunidades tradicionais desproporcionalmente mais vulneráveis a ataques e ameaças.”
Waldomiro Costa Pereira (à esquerda) e Antonio Mig Claudino foram executados no dia 20 de março. Fotos: reprodução
Waldomiro Costa Pereira (à esquerda) e Antonio Mig Claudino foram executados no dia 20 de março. Fotos: reprodução D.C. – O 

Leia aqui o comunicado conjunto na íntegra.

Escritório Regional para América do Sul do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Direitos Humanos (ACNUDH) e a Relatoria sobre os direitos de defensoras e defensores de direitos humanos da Comissão Interamericana de Direitos Humanos  (CIDH) receberam com preocupação as notícias dos assassinatos de Waldomiro Costa Pereira, militante do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), em Parauapebas, Pará, e do cacique Antonio Mig Claudino, da Terra Indígena Serrinha, no norte do Rio Grande do Sul, que ocorreram no dia 20 de março.
“As autoridades devem agir rapidamente para apurar os motivos e os autores dos assassinatos, e garantir que esses crimes não fiquem impunes”, instou Amerigo Incalcaterra, representante para América do Sul do ACNUDH.
Por sua parte, o comissário Jose de Jesús Orozco, relator sobre os Direitos dos Defensores e Defensoras de Direitos Humanos da CIDH, afirmou: “O Estado tem a obrigação de investigar de maneira rápida e efetiva ambos os homicídios e punir seus autores materiais e intelectuais, para mandar uma mensagem clara de que esses crimes não ficarão impunes”.
Incalcaterra mostrou preocupação com a situação vulnerável de defensoras e defensores dos direitos humanos no país, e pediu às autoridades brasileiras que redobrem seus esforços para protegê-los.
“O Brasil é um dos países mais perigosos para defensoras e defensores de direitos humanos, sobretudo em consequência de atividades ligadas à disputa por terras, ao trabalho decente e à proteção do meio ambiente”, afirmou. “Isso torna ativistas de direitos humanos que lutam pela reforma agrária, líderes sindicais, campesinos e comunitários, e lideranças indígenas, quilombolas e comunidades tradicionais desproporcionalmente mais vulneráveis a ataques e ameaças.”
Do mesmo modo, o relator Orozco lamentou o devastador aumento da violência contra as pessoas que defendem o direito à terra, ao meio ambiente e os direitos dos povos indígenas, e lamentou as cifras alarmantes de assassinatos de tal grupo, particularmente vulneráveis na região.
Para o representante do ACNUDH, “defensoras e defensores de direitos humanos precisam de maior proteção no Brasil na legislação e na prática, incluindo a instalação e funcionamento eficaz de programas de proteção para defensores de direitos humanos em nível federal e estadual”.
O relator da CIDH insistiu que as políticas de proteção por si sós não são suficientes para atender à situação de maneira integral, e destacou a necessidade de que o Estado desenvolva uma política global de proteção a defensores de direitos humanos. Ele deu um foco especial na prevenção, proteção e investigação de ataques contra os defensores da terra, do meio ambiente e dos povos indígenas, de tal forma que estes possam continuar desempenhando sem temor seu trabalho fundamental.
Incalcaterra lembrou também que em 2018 a ONU celebrará 20 anos da adoção da “Declaração das Nações Unidas sobre os Defensores dos Direitos Humanos”, destacando que “quaisquer atos de violência, repressão e criminalização contra defensoras e defensores de direitos humanos são condenáveis pelo direito internacional”.
O representante da ONU instou as autoridades competentes a adotar medidas para valorizar o trabalho realizado por defensoras e defensores de direitos humanos no país, e que “garantam que sua atuação seja livre de violência, ameaças e intimidações”.
Por fim, ambos os especialistas expressaram sua solidariedade com as famílias das vítimas.
Onu
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Missão Paz: Trabalho escravo e migração em debate no “Diálogos no CEM”




Trabalho escravo e migrações foi o tema do 1º Diálogos no CEM/2017, e que contou com a participação da Dra. Tatiana Simontti, Procuradora do Trabalho junto ao Ministério Público do Trabalho (MPT), e do Dr. Renato Bignami, Auditor Fiscal do Trabalho junto ao Ministério do Trabalho e Emprego (MTE).

Eles apontaram que o Plano de Prevenção e Combate ao Trabalho Escravo no Brasil - PPCTE serve de referência para muitos países que também lidam com a perversa e triste realidade da escravidão moderna. Porém, destacaram que há inúmeras dificuldades para colocar o referido Plano em ação no Brasil.

Há um déficit de 1000 profissionais (Auditores do Trabalho, Procuradores do Trabalho) que possam atender às demandas apresentadas por trabalhadores e movimentos populares que denunciam os crimes de trabalho escravo. Além disso, o Estado “parece” dizer uma coisa através do PPCTE e, na prática, faz outra bem diferente. O Brasil é um dos principais países que mais geram postos de trabalho precário no mundo.

Ainda falaram sobre os setores de atividades, o perfil das empresas escravagistas de hoje e o perfil dos trabalhadores escravizados, sendo que os migrantes nacionais e internacionais formam a maioria entre eles.

A efetiva prevenção e combate ao trabalho escravo no Brasil têm, entre outros, o desafio de fortalecer e ampliar as instâncias de denúncia, fiscalização e punição às empresas que cometem o crime do trabalho escravo.

Tatiana Simonetti e Renato Bignami ainda apresentaram várias estatísticas e responderam perguntas sobre a recente aprovação, pela Câmara de deputados, do Projeto de Lei que permite a ampla terceirização das atividades laborais, inclusive das atividades fins. 
Cerca de 50 pessoas, de diferentes nacionalidades, participaram presencialmente do 1º Diálogos no CEM/2017, e mais de mil pessoas visualizaram o evento pelo Facebook da Missão Paz. O vídeo do Diálogos no CEM está disponível no Facebook da Missão Paz. A Web Rádio Migrantes em Espanhol também transmitiu, ao vivo, o Diálogos no CEM.

O próximo Diálogos no CEM será realizado no dia 26 de abril/2017, às 14h00, na Missão Paz. Terá como tema “Religião e migração”, com enfoque nas formas de organização social, acolhida institucional e pentecostalismo entre os imigrantes haitianos.

Missão Paz 

Fotos :Miguel Ahumada

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terça-feira, 28 de março de 2017

El médico que asiste migrantes desde hace 26 años dice que la tragedia es "peor que el Holocausto"

Pietro Bartolo, un médico que desde 1991 atiende a los migrantes que llegan a la isla italiana de Lampedusa, ha asegurado hoy que la tragedia de las muertes en el mar Mediterráneo "es mucho peor" que el Holocausto porque en este caso "todos somos conscientes de lo que sucede" y aún así no lo evitamos.
En declaraciones a la prensa, Bartolo ha añadido que "en este momento probablemente están muriendo niños intentando llegar a Europa" y ha recordado que en el Mediterráneo solo se produce "una pequeña parte de todas las muertes" provocadas por las migraciones.
Bartolo, que ha atendido a más de 300.000 personas llegadas a Lampedusa en los 26 años que hace que trabaja en el policlínico de la isla, ha afirmado tener "un récord infame, del que me avergüenzo", pues probablemente sea "la persona que ha hecho más inspecciones de cadáveres del mundo".
Las inspecciones, ha explicado el médico, "son algo que odio profundamente hacer" porque no se trata solo de observar un cadáver, sino que hay que inspeccionar ojos, bocas, y a veces extraer tejidos, algo que le parece como "ultrajar su cuerpo", aunque entiende que esto confiere dignidad a los cadáveres que analiza.
El médico ha pedido que "evitemos que comiencen el viaje" estableciendo "corredores humanitarios" que no hagan desplazarse a los migrantes hasta "Libia, un auténtico infierno".
"Les hemos robado todo: el petróleo, los diamantes, el marfil", y luego hablamos de "invasiones", cuando lo único que buscan los migrantes es "una vida digna" y debemos verlos "como una oportunidad y no como un problema", ha asegurado Bartolo.
Pietro Bartolo ha presentado hoy "Lágrimas de Sal" (editado en castellano por Debate y en catalán por Ara Llibres), libro que ha escrito con la periodista Lidia Tilotta, en el cual cuentan "historias para explicar la Historia".
El libro narra la vida de Bartolo, que a los 16 años cayó del barco de su padre y estuvo a punto de morir ahogado y que tras estudiar Medicina decidió volver a la isla de Lampedusa "para ayudar a los migrantes que llegan a sus costas desafiando ese mismo mar".
El texto relata la vida del médico "a través de una serie de instantáneas que retratan casos reales de mujeres, hombres y niños que llegan a Lampedusa en las peores condiciones imaginables" y, sin embargo, "no se dan por vencidos, deseosos de empezar una nueva vida en Europa porque lo que dejan atrás es peor que cualquier escenario alternativo".
Tilotta ha definido a Bartolo como "un emblema de lo que pasa en Lampedusa" y ha agradecido al médico haber escrito el libro con ella, pues "revivir estas tragedias no ha sido para él nada fácil".
La periodista ha afirmado que éste es "un libro político", que pide a Europa soluciones "que son extremadamente sencillas" de llevar a cabo, y ha manifestado que las personas migrantes "no buscan una vida mejor, solo quieren sobrevivir".
Bartolo ha reiterado que los migrantes "no son números, son personas" y ha relatado el sufrimiento de las personas que ha atendido, especialmente de las mujeres, muchas de las cuales llegan embarazadas al haber sido violadas durante el trayecto.
"Estoy orgulloso de ser italiano", ha dicho Bartolo, pues este país "nunca ha cerrado las puertas a los migrantes", y ha asegurado que los habitantes de Lampedusa tienen "una enfermedad increíble, la solidaridad y la acogida, que espero que sea contagiosa".
"Me duele mucho que me digan que soy un héroe porque eso significa que nuestra sociedad está enferma", ha sentenciado el médico, quien ha concluido que "yo solo cumplo con mi deber".

 Eco.Diario.es

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Seminário debate refúgio em São Paulo

Um seminário internacional vai discutir refúgio, migração e deslocamentos na capital paulista a partir da próxima quinta-feira (30) até o sábado (1). Representantes do setor público, de entidades, acadêmicos, estudantes, jornalistas, juristas e diplomatas vão debater a questão e propor caminhos na área. A promoção é da Biblioteca e Centro de Pesquisa América do Sul- Países Árabes-África (Bibliaspa) em parceria com o Ministério de Relações Exteriores e o Núcleo de Apoio à Pesquisa Brasil-África da Universidade de São Paulo (USP).

O seminário terá uma série de abordagens dentro do tema principal, como o acesso de refugiados a serviços públicos, a educação e o aprendizado de línguas por estas pessoas, a discriminação, os direitos dos refugiados, o aspecto psicológico do deslocamento e a inserção no novo país, a produção artística dos refugiados, as políticas internacionais, entre outros.

Será mostrado como diferentes países lidam com a questão dos refugiados e feita uma reflexão sobre a política externa brasileira, como o Brasil se posiciona frente ao tema. O organizador responsável, Paulo Farah, afirma que é importante abrir as portas aos refugiados quando a maioria dos países se fecham, mas, segundo ele, isso não basta, é preciso também dar uma integração real a eles, com pleno acesso à educação, saúde e suprimento de necessidades básicas.

A realização do seminário ocorre em função da atualidade do tema, além do momento que o mundo vive, com crescente xenofobia, intolerância religiosa e preconceito. “Um fenômeno mundial, mas que atinge o Brasil”, afirma o organizador Farah, que é diretor da Bibliaspa e do Núcleo de Apoio à Pesquisa Brasil-África da USP. De acordo com ele, esse é o momento de o Brasil se posicionar, manter sua postura de diálogo intercultural e afirmar sua total aversão à xenofobia, à discriminação racial, ao preconceito e à intolerância religiosa.

Do encontro resultará uma publicação. Ao final de cada dia haverá uma mesa dedicada a refletir sobre os debates do dia e pensar em desdobramentos e soluções para os problemas levantados. O organizador Farah pensa em formação de comitês e criação de uma plataforma permanente de pesquisa. De acordo com ele, participarão pessoas que têm poder de reflexão e de tomada de medidas. “É um seminário que também quer propor soluções para que o Brasil de fato receba bem migrantes e refugiados”, afirmou à ANBA.

Entre os palestrantes estarão a professora de Direito da USP, Cynthia Carneiro, o defensor e coordenador do Núcleo de Direitos Humanos da Defensoria Pública Estadual, Davi Quintanilha Failde de Azevedo, o secretário estadual de Educação de São Paulo, José Renato Nalini, o reitor da Universidade Zumbi dos Palmares, José Vicente, o especialista argelino com doutorado em Estudos Migratórios, Chafik Ketala, o pesquisador sobre migração e refúgio no contexto europeu e região do Oriente Médio e Norte da África, Stylianos Kostas, o refugiado sírio Salim Khrezati, a especialista francesa em migração e refúgio, Sylvie Debs, entre outros.

O seminário ocorre no Auditório Principal da Secretaria de Educação do Estado de São Paulo. O local tem capacidade para 500 pessoas. A participação no encontro é gratuita, mas é necessário fazer inscrição prévia. Na abertura solene, no dia 30, das 18h30 às 20h30, haverá apresentação de coral, recitação de poesia e show de música por refugiados. Também integram a iniciativa exposição de obras de arte de Cassiano Araújo e Jamal Zeiter e de fotografias feitas por refugiados que estudam na Bibliaspa, além de exposição sobre o Programa para Refugiados da Bibliaspa.

Serviço:
Seminário Internacional sobre Migrações, Refúgios e Deslocamentos
Dias 30 e 31 de março e 01 de abril de 2017
Auditório Principal da Secretaria de Educação do Estado de São Paulo
Aberto ao Público – inscrições gratuitas mediante inscrição prévia
Mais informações: https://bibliaspa.org/
Inscrições: https://goo.gl/7mjWks
Isaura Daniel
Agencia de Noticias Brasil-Arabe

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    Isaura Daniel

segunda-feira, 27 de março de 2017

Europa: envelhecimento, crescimento e imigração

Toda a Europa é hoje prisioneira de uma mudança estrutural no nível de envelhecimento das populações e, por conseguinte, não são de admirar o baixo crescimento e a baixa inflação.
A altura em que a União Europeia cumpre 60 anos é sem dúvida de inquietação, sobretudo para os europeístas, mas não é só um momento de balanço; é também de reflexão para o futuro, além dos altos e baixos da vida política, como o Brexit e o populismo soberanista. Com efeito, mesmo que a actual estrutura da UE se desmoronasse, isso não resolveria nenhum dos problemas de que se queixam países tão diversos como a Inglaterra ou a Polónia. De Portugal nem falemos! Pessoalmente, levo mais de 40 anos numa Europa comunitária e nunca conheci melhor lugar para viver e circular, sempre com o número de países a aumentar… e a protestar!
Esta Europa sempre teve inimigos. O caso da Inglaterra é paradigmático: com um pé dentro e outro fora, foi a crise gerada em 2007-2008 nos USA que levou ao Brexit e que exacerbou a crise nos elos mais fracos da «moeda única». Foi então que a casta dirigente inglesa preferiu fugir a encontrar soluções dentro de uma UE que não tinha capacidade para dirigir… Trata-se, contudo, de prolongados problemas conjunturais que poderão ser ultrapassados com o tempo e com reformas apropriadas para lidar, sobretudo, com esse experimento único que é o «euro», o qual foi sempre detestado pelos USA e pela Inglaterra porque lhes faz concorrência.
Para além dos problemas conjunturais houve, porém, nos 60 anos de existência da UE, mudanças societais de natureza profunda às quais nenhum país se adaptou totalmente. A principal delas é o envelhecimento cada vez mais acentuado das populações europeias, seja no «centro», como a Alemanha, ou nas «periferias» de Leste e do Sul. Portugal é dos casos mais agudos do mundo a médio-longo prazo.
Dito isso, muito pouco tem sido feito no sentido de incorporar o envelhecimento sócio-demográfico nas políticas públicas, nomeadamente pensões e saúde, conforme recordou a antiga secretária de Estado Margarida Correia de Aguiar. Entretanto, a comunicação social repete em uníssono que o actual governo se propõe «dar bónus a quem adiar as reformas», quando na verdade o governo tem é evitado discutir a sério as repercussões orçamentais do envelhecimento da população, começando por criar uma comissão independente de especialistas, inclusive internacionais. Na saúde, claramente, os cortes operados nos cuidados não têm feito outra coisa se não obrigar os idosos a tirar o dinheiro das pensões para se tratar. E depois os economistas admiram-se das baixas poupanças.
Sendo incontornável, este é apenas um exemplo entre inúmeros outros da forma complexa como o envelhecimento da população se repercute no crescimento, sobretudo nos países cujos sistemas económicos ainda nem sequer desenvolveram os múltiplos mercados de tecnologia e serviços que já existem para a «terceira idade», como é o nosso caso. Com efeito, as consequências económicas negativas do envelhecimento na UE explicam em boa parte o baixo crescimento da economia europeia, em especial nos países com baixa exportação. Por sua vez, o baixo crescimento induz uma imigração muito menor do que já foi, deixando esta última de substituir a força-de-trabalho local que está a deixar de existir devido à baixa natalidade e de trazer à Europa pessoas jovens com índices de fecundidade mais altos. É, pois, um encadeado de efeitos negativos que a crise gerada em torno dos refugiados dos países muçulmanos não ajuda, obviamente, a resolver no curto-prazo, mas o problema não é apenas político, como se vê em Portugal, onde é a ausência de crescimento que repele os imigrantes!
O balanço dos efeitos e contra-efeitos do envelhecimento sobre o crescimento económico é hoje matéria de estudos abundantes. Foi recentemente publicado em Portugal um «meta-artigo» que faz o balanço de 50 estudos cujas conclusões variam de país para país mas são, como era de esperar, mais negativas do que positivas. Segundo Axel Börsch-Supan, uma das principais autoridades na matéria, os efeitos do actual nível de envelhecimento não têm precedentes e a investigação citada acima considera que tais efeitos, dependendo dos métodos de análise, são particularmente negativos em países como os da UE.
Salientam-se, assim, os efeitos devidos à mudança dos padrões de consumo e poupança dos mais idosos, ao capital humano inferior das pessoas em fim de carreira e, sobretudo, ao aumento da despesa social pública, portanto dos impostos versus investimento. Toda a Europa é hoje prisioneira desta mudança estrutural e, por conseguinte, não são de admirar o baixo crescimento e a baixa inflação. Em Portugal, devido às políticas dos sucessivos governos, as facilidades dadas pelo «euro» traduziram-se num crescimento abaixo de medíocre em todo o século XXI. Sem reformas estruturais, o envelhecimento da população é parte da explicação. Isto deve preocupar-nos tanto ou mais do que a presente conjuntura internacional, se quisermos que a comunidade europeia prossiga a sua marcha.
Observador
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Na Arena do Grêmio, times de refugiados e imigrantes entram em campo por visibilidade e inclusão

Na Arena do Grêmio, times de refugiados e imigrantes entram em campo por visibilidade e inclusão  Luiz Eugenio Gressler/Divulgação
A equipe Coletivo, formada por senegaleses que vivem em Caxias do Sul, venceu a primeira copa na CapitalFoto: Luiz Eugenio Gressler / Divulgação 
A camiseta é da Seleção Brasileira, com Ronaldinho grafado de ombro a ombro nas costas, e o apelido é Zé Roberto, porque o cabelo lembra o visual adotado pelo lateral do Palmeiras, mas o nome do homem que se articula e grita à margem do campo na Arena do Grêmio é Alix Georges. Ele é haitiano e técnico da equipe do Haiti Porto Alegre na primeira edição da Copa dos Refugiados, campeonato que transformou, neste domingo, a casa gremista num palco para a causa humanitária que envolve pessoas que deixam seus países para buscar uma vida melhor no Brasil.

O haitiano Alix Georges , com a camiseta da Seleção, antes de entrar em campo com a equipe Haiti Porto AlegreFoto: Reprodução / Agencia RBS
Criado há três anos em São Paulo pela ONG África do Coração, o evento aposta no esporte que é paixão nacional como ferramenta de visibilidade e inclusão de refugiados e imigrantes, combatendo preconceitos, xenofobia e falta de informação. O congolês Jean Katumba, fundador da ONG, celebra a chegada do projeto a Porto Alegre, primeira cidade a sediá-lo fora dos limites de São Paulo. Espera que a iniciativa sirva para dar a esses estrangeiros o protagonismo de que tanto precisam.
— Queremos entrar em campo e fazer gol — diz Jean, numa analogia entre o principal objetivo em um jogo de futebol e metas de vida para cada refugiado no Brasil.
A primeira Copa dos Refugiados em Porto Alegre, organizada pela agência de inovação social Ponto, contou com oito equipes e cerca de cem jogadores, alguns deles desportistas em seus países de origem e muitos apenas amantes de futebol. A organização de cada time começou há cerca de seis meses com a ajuda de empresas e entidades apoiadoras. 
Por mais que se notasse o empenho em vencer dentro das quatro linhas, quem foi à Arena neste domingo, dentro e fora de campo, comungava de algo mais grandioso do que a taça de um campeonato.
— Queremos mostrar, aproveitando a paixão pelo futebol, que refugiados não são criminosos, não deixaram seus países porque cometeram crimes, deixaram para fugir de problemas, de guerras. O Brasil abre suas portas, mas, muitas vezes, fecha janelas, e a copa quer mostrar que não é só na Europa que existem refugiados. Aqui também, e eles precisam de ajuda — reforça um dos diretores do projeto, Abdulbaset Jarour, sírio de Aleppo que chegou ao Brasil em plena Copa do Mundo de 2014.
— Na época, havia muito medo de que viriam terroristas para o Rio de Janeiro. Havia preconceito com refugiados — lembra.
A Copa dos Refugiados pretende chegar a outras capitais e ampliar as ações para além da promoção de uma partida de futebol, integrando mulheres e crianças refugiadas em outras atividades, sempre com o foco na inclusão social. Neste domingo, alguns serviços, como orientação sobre documentos e exames básicos de saúde, foram oferecidos durante o evento, que integra o calendário da 58ª Semana de Porto Alegre.
Os jogadores que atuaram na Arena, emprestada pelo Grêmio especialmente para o torneio, integrarão um álbum de figurinhas, ao estilo dos colecionáveis da Copa do Mundo, em que serão disponibilizadas informações como currículo profissional e habilidades. Esse material também estará disponível no site do projeto, copadosrefugiados.com.
Torcida internacional na Arena
A torcida que movimentou as arquibancadas da Arena neste domingo ocupou um modesto espaço no mar de cadeiras azuis. O ingresso era um quilo de alimento não perecível, que seria encaminhado a refugiados recém-chegados e atendidos pela Paróquia Nossa Senhora da Pompéia, no bairro Floresta. 
Naquela ponta de estádio, o incentivo e a crítica ao que ocorria em campo soavam em francês, português, espanhol e créole. O jogador era torcida, e a torcida, por vezes, jogava junto. A experiência, para muitos, foi a primeira oportunidade de entrar em um estádio de futebol brasileiro.
— Acho que viver um momento assim faz esquecer das dificuldades — filosofava Alix, o Zé Roberto do Haiti Porto Alegre, que chegou à semifinal da Copa.
Os campeões foram os senegaleses do time Coletivo, de Caxias do Sul, e o vice-campeonato ficou com a Colômbia.
Por: Bruna Porciúncula
ZERO HORA
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