quarta-feira, 22 de fevereiro de 2017

Ministério do Trabalho apresenta experiência com migrantes em reuniões preparatórias do G20 na Alemanha

A integração dos migrantes na sociedade pelo mercado de trabalho deve ser uma das proposições do Brasil na Conferência de Ministros do Trabalho do G20, que este ano ocorre na Alemanha. A pauta está entre as prioridades da presidência alemã, que está propondo também debates sobre a participação feminina, o emprego juvenil, as cadeias globais de valor, e o futuro do trabalho. As dificuldades atuais, as soluções que estão sendo encontradas e os desafios a serem enfrentados para cada um desses temas já começaram a ser discutidos em dois encontros preparatórios – o primeiro em dezembro de 2016, em Berlim, e o segundo, na semana passada, em Hamburgo.
Willis Taranger, chefe de gabinete do ministro, participou do evento, juntamente com o chefe da Assessoria Internacional do Ministério do Trabalho, Ney Canani. Canani, que participou dos dois encontros, relata que as intervenções brasileiras têm sido bem recebidas pelos demais países, e que a experiência com a integração dos migrantes pode ser uma importante contribuição para o G20. “Há países que vem a integração como pré-requisito pra integração no mercado de trabalho. A visão do Brasil é um pouco diferente. Nós entendemos que a participação do migrante no mercado de trabalho facilita a integração dele na sociedade como um todo. E o Brasil está levando essa experiência como contribuição para o G20”, conta.
Em relação ao emprego feminino, Canani explica que os países estão buscando uma nova maneira de analisar os progressos no avanço da equidade no trabalho. Ele conta que a ideia é avançar nas avaliações, que hoje são feitas com base em números, para outros critérios que levem em conta também a qualidade dos postos ocupados pelas mulheres. “Se não, a gente fica com uma visão distorcida da participação da mulher no mercado”, explica.
Para o emprego juvenil, o desafio é outro: a inclusão dos jovens no mercado por meio da aprendizagem. Canani diz que os exemplos mais citados foram os modelos de aprendizagem dual da Alemanha e da Suíça, considerados referência no mundo. Esses países têm tido grande êxito na inserção dos jovens no mercado do trabalho, além de prepararem bem a juventude para o futuro do trabalho, um dos temas mais desafiadores da atualidade, diante das mudanças na economia mundial.
“Empregos que existem hoje, dentro de algumas décadas, seguramente, não vão existir mais. De forma que as pessoas que hoje desempenham essas funções terão de ser capazes de se adaptar. É um tema que tem a ver com aprendizagem também, porque para se adaptar melhor é preciso estar em permanente processo de qualificação. Uma recomendação que deve sair da reunião do G 20, é que os estados encontrem soluções para manter a mão de obra dos seus trabalhadores em permanente qualificação para que eles consigam enfrentar as mudanças que já começam a ocorrer no mundo do trabalho”, explica. 
Leis trabalhistas
A modernização das leis trabalhistas, que está em debate no Brasil atualmente, também preocupa outros países. O chefe da Assessoria Internacional do Ministério do Trabalho, Ney Canani, conta que esse é um tema sobre o qual vêm se debruçando dirigentes de diversas nações e CEOs de grandes empresas europeias.
Uma das razões para o debate são as novas relações de trabalho, que exigem flexibilização de jornada e também um olhar atento sobre a proteção social. É o caso, por exemplo, de pessoas que trabalham pela internet, prática cada vez mais comum. “Como flexibilizar essa jornada e ao mesmo tempo garantir a proteção social desses trabalhadores?“.
No caso das cadeias globais de produção, o desafio é ainda maior. São muitos os casos de empresas que têm sua linha de produção distribuída em diferentes países e não têm controle sobre as relações de trabalho ao longo de sua produção. “Vou dar um exemplo: a produção de um telefone da Apple envolve pelo menos 600 empresas de diferentes países. Como garantir que as relações de trabalho sejam decentes em toda a cadeia de produção? Como melhorar o controle em toda a cadeia? Esse é um desafio que os países estão discutindo”, diz. 
Estão previstos mais dois encontros do Grupo de Trabalho sobre Trabalho e Emprego do G 20 até a Conferência de Ministros do Trabalho. O evento ocorrerá em maio, na cidade alemã de Bad Neunahr, e deverá contar com a presença do Ministro Ronaldo Nogueira.
Ouça aqui o áudio.

Ministério do Trabalho
Assessoria de Imprensa
Graziela Andreatta

www.miguelimigrante.blogspot.com

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