quinta-feira, 8 de dezembro de 2016

SEMINÁRIO: “A INTEGRAÇÃO DOS IMIGRANTES NA EUROPA: DESAFIOS E O PORTUNIDADES”

Sob este tema a Ministra Joëlle Milquet, responsável pela pasta da Educação, Cultura, da Infância e da Federação Valônia-Bruxelas desde 2014, conversou com um público, de estudantes, empresários, diplomatas, acadêmicos, aproximadamente 60 pessoas, no Instituto Fernando Henrique Cardoso, em São Paulo.

Em uma hora de evento, a Ministra discorreu sobre a questão migratória na Europa, os desafios que a situação apresenta para os governos e a população das 21 nações da União Europeia, e as ações adotadas para tratar do tema.

Para contextualizar, segue uma parte da apresentação feita pelo IFHC para o evento: De acordo com as Nações Unidas, o número de imigrantes vivendo na Europa cresceu de 56 milhões para 76 milhões entre 2000 e 2015, um aumento de 36%. Com a crise de 2007/2008, se elevaram as tensões econômicas associadas à imigração. Nos dois últimos anos, agravaram-se as tensões políticas, na esteira da chamada crise dos refugiados, e de atentados terroristas praticados por islamistas radicais, na maioria cidadãos europeus.

Vista por uns como uma oportunidade – por exemplo, para amenizar os efeitos do envelhecimento da população europeia – e por outros como uma ameaça cultural à Europa, a imigração divide as sociedades europeias.

Destaco alguns pontos que valem para a reflexão sobre a imigração e as possibilidades que surgem quando governo e população trabalham como parceiras pelo bem comum.
A Europa atual sofre uma grande pressão migratória; o crescimento do populismo, a religião, políticas migratórias autoritárias tem se apresentado como grandes barreiras à mobilidade humana neste século XXI, o século do nomadismo e que necessita de solidariedade.

Para pensar a imigração na Europa e a presença da Ministra Joëlle neste evento é saber da importância de um governo que tem em mente o direito do ser humano de ir e vir. Conceito presente na Declaração Universal dos Direitos Humanos, presente também nas Cartas Magnas de muitos países e o quanto este fato define o rumo de um país. E também ter como base o Tratado de Schengen, Convenções de Genebra.

Em um governo democrático a população deve ter voz, deve ser ouvida, mas a Ministra Joëlle demonstrou que se o governo está comprometido com a pessoa, independentemente de sua origem, raça, credo, condição social, ele pode trabalhar em um processo onde lançará mão de projetos e ações que farão a população local adotar suas práticas sem parecer que foram decisões tomadas "na calada da noite". Passa a ser uma decisão positiva “de cima para baixo”. E ao adotar estes caminhos o país cresce econômica, política e socialmente.

Para isso é importante o governo, junto com a população, compreender e aceitar que a imigração tem valores tangíveis e intangíveis, traz novos conhecimentos, amplia a visão de mundo e acima de tudo a história mostra que a imigração contribuiu com a construção e reconstrução de muitas nações por meio das explorações, incursões territoriais, nos pós-guerras e diversas outras situações. As culturas são formadas e transformadas positivamente pelas imigrações.

No governo do qual faz parte a Ministra Joëlle, está incluído em seu programa, ações de inserção dos migrantes e refugiados na sociedade local. Na educação as atividades nas escolas, desde o ensino fundamental, promovem a integração das culturas. No ensino superior há uma preocupação sobretudo com a formação religiosa, visto que a imigração europeia tem seu ponto nevrálgico no islamismo. As nações europeias se esforçam para entender os preceitos do Islã. Neste ponto é importante salientar que há um esforço em se ter o “Islamismo Europeu”. E também se compreende que há migrantes capacitados e podem contribuir no processo de educação/formação inserindo-os nos quadros acadêmicos, em postos de trabalho nas empresas.

Parece utópico dentro de uma cultura européia, difícil sim, impossível não; imediato não, mas a longo prazo. Depende de uma atitude e obviamente possui entraves, problemas de aceitação: como no caso de ataques em espaços públicos onde são encontrados documentos de imigrantes. Como lidar com esta situação? A tecnologia também tem sua colaboração negativa, quanto por meio das redes sociais os jovens são atraídos pelas propagandas do EI e outros grupos extremistas. Como é feita essa publicidade? Qual a psicologia da comunicação? Como vivem ou convivem os jovens hoje para que aceitem essa forma de comunicação e sejam atraídas por ela?

A Europa discute a questão da redistribuição dos imigrantes pois alguns países estão no seu limite e não tem condições de atender a uma demanda excessiva populacional, algumas nações não os aceitam, ou impõem pesadas restrições, ocorrem, por estes motivos, as desigualdades e dificuldades de unidade de ações entre os países. E aí é necessário se repensar quais os objetivos da União Européia.

Mesmo assim a Europa se organizou para atender as travessias marítimas, que em 2015 provocaram a morte de 3.000 pessoas no Mar Mediterrâneo. É surpreendente o fato de terem criado pontos de atendimentos e algumas regiões com maior fluxo de chegadas migratórias em faixas litorâneas.

A integração tem algumas das seguintes propostas (fragmentos delas), que alguns concordam e outros dizem ser um grande fracasso:

·         Interculturalidade com base em valores;
·         Recusa da violência e extremismo;
·         Adaptação às horas de trabalho;
·         Diversidade nas escolas;
·         Política aos jovens;
·         Apoio às famílias;
·         Criar um Islã Europeu / Islã Intelectual.
·         Conscientizar os meios de comunicação
·         Visão do mundo e das mulheres
                                                                                                                                           

Por Patricia Rivarola - SP


www.miguelimigrante.blogspot.com

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